Introdução

Ao montar ou expandir um servidor Proxmox, a escolha do dispositivo de armazenamento é crítica. A diferença de preço entre SSDs comuns e modelos enterprise, como o Kingston DC600M, costuma levantar dúvidas. Neste artigo, explicamos o que justifica essa diferença e como equilibrar desempenho, durabilidade e custo em cenários reais de virtualização.

• TBW (Terabytes Written): o que é e por que importa.
• Comparações práticas: A400 vs MX500 vs DC600M vs HDD Barracuda.
• Cache em LVM-thin: quando usar write-through e write-back.
• Monitoramento: alertas automáticos de saúde do disco.

O que é TBW e por que importa

TBW (Terabytes Written) indica quantos terabytes podem ser gravados em um SSD antes que as células NAND atinjam seu limite de desgaste. SSDs comuns costumam ter TBW entre 100–300 TBW, enquanto modelos enterprise podem alcançar 876 TBW ou mais. Quanto maior o TBW, maior a vida útil em ambientes de escrita intensa, como servidores com múltiplas VMs.

Comparativo prático: A400, MX500, DC600M e Barracuda

Cenário considerado: Proxmox rodando 10 VMs com carga moderada (~70 GB/dia de escrita). Abaixo, uma visão objetiva de vida útil estimada e perfil ideal de uso:

Em resumo: o A400 atende laboratórios, o MX500 é ótimo custo-benefício para cargas moderadas, o DC600M foi feito para produção crítica, e o Barracuda HDD é útil para backup/armazenamento frio, mas não ideal para workloads intensivos de VMs.

SSD como cache em LVM-thin

No Proxmox com LVM-thin, você pode usar um SSD para acelerar um volume em HDD por meio de cache. As duas abordagens principais são:

Write-through (seguro)

• Escritas: vão direto ao HDD; SSD armazena cópias para acelerar leituras.
• Vantagem: sem risco de perda de dados em queda de energia.
• Uso ideal: SSD comum, ganhos perceptíveis em leituras aleatórias (boot de VMs, bases “quentes”).

Write-back (rápido, mas arriscado)

• Escritas: ficam temporariamente no SSD antes de ir ao HDD.
• Risco: perda/corrupção em falhas de energia ou SSD sem proteção.
• Uso ideal: SSD enterprise com PLP + UPS confiável.

Conclusão prática: com orçamento curto, usar um SSD comum em write-through já traz ganhos sólidos de leitura sem comprometer a integridade.

Monitoramento da saúde do SSD

Para evitar surpresas, configure alertas automáticos. Combine monitoramento via smartd com as notificações do próprio Proxmox.

smartd (SMART monitoring)

1. Instalar:

apt update
apt install smartmontools

2. Configurar: edite /etc/smartd.conf e adicione:

/dev/sda -a -o on -S on -m [email protected]

3. Ativar serviço:

systemctl enable smartd
systemctl start smartd

4. Testar envio:

smartd -q onecheck

Alertas via Proxmox

• Mail: configure em Datacenter → Notifications → Mail (SMTP, remetente e destinatário).
• Discos: status SMART em Node → Disks; falhas geram eventos notificáveis.
• Teste: use Send test mail para validar.

Conclusão

A escolha entre SSD comum e enterprise depende do cenário de uso. Para laboratórios e testes, um SSD básico atende. Em home labs e pequenas produções, o Crucial MX500 oferece excelente custo-benefício. Em produção crítica, o Kingston DC600M é incomparável em confiabilidade e durabilidade. HDDs permanecem úteis para backup e armazenamento frio.

Com estratégias de cache bem configuradas (especialmente write-through em LVM-thin) e monitoramento ativo via smartd/Proxmox, você consegue equilibrar desempenho e custo, mantendo seu ambiente estável por muitos anos.